Imagem de Single

Existimos e estamos aqui para ficar

Lembrando o 28 de junho: “Orgulho é a festa que fazemos para celebrar a beleza do amor que escrevemos direito por linhas tortas”. Passei o dia à procura das palavras para descrever o meu orgulho. O nosso orgulho. Pergunto-me se o tempo que levo a arrancá-las da minha cabeça é justamente uma das razões pelas quais ele é necessário, o orgulho.

Anos, décadas, séculos de invisibilização, vergonha, marginalização, violência, patologização ou silêncio só podem resultar em caos no milímetro de mundo que é a minha cabeça.
E ao mesmo tempo quando olho para mim e para as pessoas LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans, Queers) à minha volta que sobrevivem a todas essas camadas, que mais posso sentir do que orgulho? Como uma espécie de estratégia coletiva de emancipação, defesa, resistência e amor próprio construída em jeito de bricolage e reparação que nós, bando de pássaros anormalmente normais, usamos para continuar vivendo de cabeça erguida.

Orgulho é a canção de embalar que cantamos para a criança livre que nem sempre pudemos ser. Orgulho é desenhar esperança. Orgulho é o nosso balsamo arco-íris para curar a ferida, enquanto ela não estiver radicalmente sarada. Orgulho é a festa que fazemos para celebrar a beleza do amor que escrevemos direito por linhas tortas.Orgulho LGBTQ é como quem diz: existimos e estamos aqui para ficar.

|| Catarina Fernandes. Animadora Sócio Educativa
Em Asas da Igualdade. 25 Junho Açoriano Oriental