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Projeto Violentómetro

PROJETO VIOLENTÓMETRO – Implementação do PREVINT nos AÇORES

Programa de Intervenção no âmbito da Violência nas Relações Interpessoais (2018 a 2020)

 

Programa de intervenção no âmbito da violência nas relações interpessoais e que abrangeu todas as 9 ilhas do Arquipélago dos Açores, sendo São Miguel, Terceira e Faial, intervencionadas diretamente pelas equipas técnicas da UMAR- Açores (delegações na Terceira e no Faial).

Não sendo um fenómeno novo, é com frequência que jovens se deparam com comportamentos violentos nas relações íntimas juvenis e interpessoais.

Os resultados desta investigação a nível nacional veio motivar e reforçar a nossa investigação a nível da Região Autónoma dos Açores, até porque o nosso trabalho de sensibilização e prevenção junto das camadas jovens, no âmbito das inúmeras ações desenvolvidas pela Associação, alertava-nos para a problemática do fenómeno junto dos rapazes e das raparigas – a parceria proposta pela UMAR- Açores e a UTAD- Universidade De Trás – Os- Montes e Alto Douro, permitiu aplicar e desenvolver um estudo rigoroso e aprofundado da realidade da problemática em São Miguel, Terceira e Faial, as restantes ilhas contaram com a intervenção e responsabilidade das equipas técnicas dos POLOS  de intervenção com a chancela da DRSS/DRPIIS e ISSA dos Açores.

Os resultados desta investigação/estudo apresentou a existência de uma visão excessiva do que é o AMOR e ainda a clara influência de uma cultura androcêntrica, representada por desequilíbrios de poder e atitudes desiguais de género – auxiliado pelo dispositivo facultado a todas e todos apelidado de VIOLENTÓMETRO – ferramenta gráfica que permite alertar sobre o habitual processo de escalada dos comportamentos violentos nas relações de intimidade e interpessoais e capacitar rapazes e raparigas a detetar e a saber reagir perante este tipo de práticas.

A resposta do VIOLENTÓMETRO poderá ser usada como um meio de prevenção primária difundindo informação acerca dos comportamentos socialmente aceites, quebrando crenças e estereótipos desenvolvidos acerca das relações pessoais e diferenças de género, evitando o desenvolvimento de comportamentos agressivos e a não violência reduz a perpetração da mesma e muda as circunstâncias e condições que lhe dão origem.

Facilitar a consciencialização e sensibilização relativamente à violência nas relações de intimidade e ao seu processo de surgimento e capacitar todos e todas na aquisição e desenvolvimento de competências de relação comportamental em casos de existência de agressões, na lógica de prevenção primária ou secundária de violência.

O Projeto VIOLENTÓMETRO, ao ser aplicado implica e motiva à mudança, a adolescência caracteriza-se por um período em que a vulnerabilidade é acentuada devido às lacunas nas dimensões emocionais, cognitivas e comportamentais, que apresentam um papel importante para a compreensão e distinção entre o desenvolvimento normativo e atípico desse período, sendo bastante influenciados pelos seus sentimentos e influências sociais.

A capacidade de regulação nos adolescentes é um processo de desenvolvimento demorado, devido à sua complexidade. Adicionalmente os adolescentes enfrentem, emocionalmente, dilemas de vida importantes e cada vez mais cedo devido à idade mais precoce em que são sujeitos a múltiplas decisões e escolhas, bem como um declínio na monitorização parental como resultado das mudanças na composição familiar e pela força do envolvimento laboral dos tempos contemporâneos.

Todas estas variáveis parecem desempenhar um papel fundamental para explicar a interação entre a experiência e o desenvolvimento do comportamento agressivo. Nesta interação, de forma a potenciar o processo de mudança comportamental, a intervenção do VIOLENTÓMETRO, que tem por base a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), cujo tratamento é baseado em formulação cognitiva, nas crenças e estratégias comportamentais.

No âmbito do comportamento agressivo o TCC atua ao nível dos défices da regulação emocional e nas habilidades de resolução de problemas sociais com a inclusão de estratégias para identificar os antecedentes e consequências do comportamento agressivo, bem como fornecer estratégias para reconhecer e regular a raiva, frustração, resoluções de problemas e técnicas de reestruturação cognitiva.

Treina-se as habilidades de resolução de problemas do desenvolvimento de habilidades sociais, em que a intervenção do VIOLENTÓMETRO assenta maioritariamente.

O treino de habilidades de resolução de problemas aborda os processos cognitivos e as perceções desadaptadas e, por conseguinte, a tomada de decisão na intervenção social, bem como comportamentos que podem ser usados para desenvolver amizades com coleg@s.

São vários os autores que afirmam em uníssono que, com o decorrer do tempo e a inexistência de intervenção especializada, os abusos tendem a aumentar de intensidade e frequência.

O VIOLENTÓMETRO, na sua ampla aplicação, desenvolvimento, estudo e intervenção permitiu uma analise crítica sobre diversos fenómenos comunicacionais, tais como preconceitos, crenças e ambiguidade da comunicação, permitindo observar comportamentos e atitudes, ora o apoio direto desenvolvido permitiu o descodificar e compreender algumas situações de forma a encontrar respostas, novos caminhos e mais ajustados com maior probabilidades junto d@s jovens – em comunicação cada jovem apresenta uma forma própria de se expressar – preparou-se @s jovens para a generalização dos ganhos e competências adquiridas com a participação com o VIOLENTÓMETRO ao longo das diferentes sessões. Para além de desmistificar as crenças que existem em torno do tema de violência nas relações de intimidade, o VIOLENTÓMETRO, pretende capacitar @s participantes para aplicarem os conteúdos do programa em contexto reais do seu quotidiano familiar, escolar e social, usando de estratégias de mudança cognitiva, eficazes e reconhecendo a mudança em si e no meio envolvente.

Em todo o momento, este processo de intervenção de deteção da problemática, pretendeu trabalhar a mesma e verificar resultados de mudança o que será sempre uma mais valia para o meio escolar, social e familiar – consciencializar, esclarecer e avaliar fará a diferença para um perfil saudável e a intervenção com o VIOLENTÓMETRO permitiu amplamente estas conquistas de mudança.